quinta-feira, 5 de julho de 2012


Receita para a poesia
Deixa-te levar pelo vento,
Deixa-o levar-te para longe.
Segue o teu coração.
Ele conhece o caminho e
Sabe o que fazer.                                                                                                                                
Não precisas de inspiração,
Apenas uma pitada de imaginação
E um pouco de sumo de liberdade.
Mistura o preparado com o gosto pela escrita.
Embarca nesta aventura
Sonha e acredita, tudo poderá acontecer.


Beatriz Loureiro Carvalhal 10º A (AECanas)


(AECanas) "Tenório"  in "Bichos" de Miguel Torga

Este pequeno conto retrata a história de um Galo, desde o seu nascimento, no galinheiro da família, passando pelo climax da sua vida, servindo de despertador, cantando, até ao seu fim (na mesa de jantar). Gostei do conto por ser fácil de ler, é divertido e recomendo a quem gosta de falas bem marcadas pela nossa língua popular.
Rafael Loureiro 10º A


Após esta experiência que foi ler através do tablet, anotei uma série de pontos positivos e negativos:
NEGATIVOS
 -O tablet, embora parecendo leve, pode tornar-se penoso devido ao seu peso.
O tablet ao fim de algum tempo a ler o mesmo conto, revela-se um incómodo, pois o seu manuseio requer cuidado, não podendo ser manipulado de modo a que o seu  peso seja ignorado.
-Tem de ser carregado quando perde a bateria
-É dispendioso (e ainda têm de se comprar os livros)
POSITIVOS
-É realista, as páginas viram-se tal e qual como num livro
-Tem um modo de "leitura noturna", e assim pode ler-se confortavelmente à noite (altura do dia preferencial para muitos para esta atividade), sem incomodar os seus olhos com o excesso de luz do próprio Tablet ou, no caso de ser um livro, do candeeiro para ler.
-Tem marcadores infinitos
-Conseguimos ajustar o tamanho das letras do livro
-Pesquisam-se facilmente palavras no livro,  podendo  facilmente encontrar-se uma passagem de que gostemos.
CONCLUSÃO:
Foi uma experiência de facto diferente;  é bom ler livros com um Tablet, mas nunca será o mesmo que ler um livro sólido, com folhas de papel ásperas, suaves, finas, grossas… as possibilidades são mesmo infinitas!
Rafael Loureiro 10ºA

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Um roubo

de Miguel Torga



Os momentos de crise, miséria e pobreza levam as pessoas a roubar para terem de comer.
E que local melhor para roubar do que as capelas! Isoladas da população e, ao mesmo tempo, cheias de dinheiro que os crentes oferecem como esmola. Sem qual quer tipo de segurança…
Mas para assaltar qualquer que seja a casa, uma pessoa que sente essa necessidade e que nunca o fez antes, luta com a sua própria consciência, para apurar se é correto, se não o é, se está a agir bem, ou se não está. Quanto mais tratando-se de um local sagrado.
Depois de pesados os prós e os contras, a pessoa decidiu assaltar a capela. Pela calada da noite teve de subir uma montanha íngreme, ainda por cima debaixo de uma tempestade imensa.
Após ultrapassados todos os obstáculos, já dentro da capela, finalmente o ato de roubar. Mas, ao vasculhar a capela não encontrou uma única moeda, estava tudo vazio. Parecia que tinha sido assaltada por outro ladrão.
Psicologicamente isto é avassalador para qualquer pessoa, visto que teve de ultrapassar imensas dificuldades para que, no final de contas, continuasse igual. Isto, para não falar das condições físicas impostas pela natureza.
Realizada a ação a pessoa ficou abatida psicologicamente e muito doente, delirando com febre. Na presença do padre acusou-o de ser ele o ladrão e pediu para o prenderem. Pois na cabeça dele o dinheiro dado para a santa e que ele tanto precisava, deveria estar na capela e não com o padre.


Nuno Henrique, n.º10, 10.ºA

(AEPC)
O Leitor

Teolinda Gersão nasceu em Coimbra, estudou Germanística e Anglística nas Universidades de Coimbra, Tuebingen e Berlim, foi Leitora de Português na Universidade Técnica de Berlim, docente na Faculdade de Letras de Lisboa e posteriormente professora catedrática da Universidade Nova de Lisboa, onde ensinou Literatura Alemã e Literatura Comparada até 1995.A partir dessa data passou a dedicar-se exclusivamente à literatura.
Além da permanência de três anos na Alemanha viveu dois anos em São Paulo, Brasil, (reflexos dessa estada surgem em alguns textos de Os Guarda-Chuvas Cintilantes, 1984), e conheceu Moçambique, cuja capital, então Lourenço Marques, é o lugar onde decorre o romance de 1997 A Árvore das Palavras.
Escritora residente na Universidade de Berkeley em Fevereiro e Março de 2004.

Teolinda Gersão escreveu o conto “o Leitor”.
Achei o conto muito interessante, porque falar de um homem que era maquinista mas gostava muito de ler. Para que o seu trabalho não fosse tão monótono, ele no seu dia-a-dia imaginava que estava vivendo as historias que ele lia. E como o seu estilo de literatura preferido era policiais, ele imaginava-se como um personagem mais ativo.
Achei o conto muito interessante, porque em certo sentido também nos motiva a ler mais, e a usarmos a nossa leitura no nosso dia-a-dia, fazendo com que a nossa vida seja mais divertida e não tão monótona. Também nos mostra o lado positivo da sua profissão, o que nos ajudará no futuro caso estejamos a trabalhar em algo que não gostamos.


Sara Dias, n.º 13, 10º A
(AEPC)
“O Coração do Menino e o Menino do Coração”
Mia Couto


Eu li o conto “O Coração do Menino e o Menino do Coração” de Mia Couto. No conto o menino tinha uma doença, um coração diferente, e acaba por falecer. O coração é colocado em exposição e quando a prima começa a ler umas cartas que o menino lhe tinha enviado anteriormente e que nunca tinham sido abertas, para grande tristeza do menino, o coração começa a transformar-se num pequeno ser. Este conto, a meu ver, é uma história delicada pois demostra que devemos dar sempre uma oportunidade aos outros.

Maria Macário, Nº8 10ºA
(AEPC)

Inês

    


Conta a história de uma mulher Austríaca, rica e habituada a todo o conforto, que faz uma visita à cidade de Marcala, nas Honduras, uma cidade em desenvolvimento onde nos prados nasciam espontaneamente, lindos gladíolos.
    A mulher instala-se numa casa cinzenta por fora e cinzenta por dentro por ser feita de adobe que não foi rebocado, com uma porta de tábuas e taipais de madeira. Quando se fecham, fica tudo completamente às escuras, não havia eletricidade. Apenas via o céu, através do telhado e em dias de chuva a casa ficaria inundada e enlameada. A mobília era pouca, apenas havia uma cama para uma só família, uma cadeira, dois escabelos, um banco e uns pregos na parede para pendurar peças de roupa.
    No Verão viam-se flores entre os tufos de erva, galinhas brancas, um céu muito azul e muito pó da terra seca, o que proporcionava um belo cenário, que se contrastava com a casa onde ela se encontrava. 
   Quando olhava á sua volta via mulheres a cuidarem dos seus filhos doentes, sem dinheiro para medicamentos nem roupas e sapatos, sem os seus maridos que tinham saído da cidade á procura de trabalho, mulheres que acordavam todos os dias às quatro da manhã, comiam unicamente tortilhas de milho que moíam à mão, apanhavam lenha para o fogão e cortavam-na em pedaços pequenos, trabalhavam arduamente no campo, iam buscar água para a família toda e á noite, remendavam a roupa junto ao fogão de lenha, porque não havia outra luz e depois de todo esse cansaço dormiam em peles de vaca, porque não haviam camas.
   Já as crianças não iam á escola, porque não tinham roupas para se vestirem, tinham de trabalhar nas plantações ou costurar desde o nascer ao pôr-do-sol.
   Numa tarde a mulher acompanhou uma amiga que numa organização de ajuda ao desenvolvimento, para lerem a Sagrada escritura e falarem dos problemas com as mulheres da aldeia. Aí ela conhece Inês a filha da dona da casa onde se encontravam, Inês sentou-se junto dela e colocou o seu irmão de que tomava conta, ao seu colo mostrando-se uma menina muito meiga. A mulher sorriu-lhe, mas ao olhar para a cabeça de Inês reparou que ela estava repleta de piolhos e afasta-se, senta-se numa cadeira que estava vazia.
     A mulher sente-se nesse momento mais protegida, mas ao mesmo tempo envergonhada pela sua atitude. Ao ouvir as frases da bíblia, ela reflete acerca da sua atitude e apercebe-se de que o que fez estava incorreto.
    Repara também num gladíolo dentro de uma lata, uma alegre mancha de cor que se encontrava sobre uma mesa e pergunta-se se terá sido Inês a coloca-lo lá.
   As mulheres despedem-se com uma canção que Inês também acompanhava, e logo depois Inês aproxima-se dela e diz-lhe para a acompanhar até atrás da casa para lhe mostrar as mangas, ela trepa a árvore e segura ao mesmo tempo na camisola da mulher que servia de bolsa para as mangas. Nesse momento a mulher pede-lhe para ela a perdoar por ter tido medo dos seus piolhos e durante tanto tempo não ter reparado no seu gladíolo.

Hannelore Bürstmayr
Lene Mayer-Skumanz (org.)
Hoffentlich bald
Wien, Herder Verlag, 1986

Mónica Costa, Nº9, 10ºA
(AEPC)